quarta-feira, 16 de março de 2011

Arena é o grande objetivo dos rubro-negros

Tenho felizes e orgulhosas lembranças das vitórias e dos títulos que o Sport conquistou na Ilha do Retiro, palco histórico onde o Leão entrou para a história do futebol brasileiro. Mas, como bom rubro-negro, quero sempre mais. É por essa razão que considero fundamental que a Ilha seja transformada numa arena multiuso – um novo espaço que coloque o Sport em sintonia com o futebol do século 21, expandindo o leque de opções para o financiamento das atividades esportivas do clube. Não se trata de diletantismo ou de mania de grandeza. É uma necessidade de sobrevivência econômica.

Para dizer a verdade, essa é uma iniciativa que já chega tarde. Mas antes tarde do que nunca. O tempo conspira contra quem parte atrás e o Sport não pode ficar esperando a iniciativa dos concorrentes. As conquistas de ontem não devem ser esquecidas – e no caso do Leão, elas são vastas e emblemáticas. Mas não podemos ficar vivendo apenas do passado. Esse patrimônio – real e também intangível – deve ser elevado a um novo nível de orgulho e inspiração para a imensa nação rubro-negra.

Ninguém vai a lugar algum se não tiver ousadia, se não trabalhar sempre com um passo à frente dos concorrentes. Sendo assim, o Sport reúne as melhores condições entre os clubes de Pernambuco para dar conta de um empreendimento dessa envergadura. Não tenho dúvida nenhuma disso. Além do mais, a atual diretoria do Sport vem implantando ações que visam modernizar o clube, para ampliar e melhorar a relação com aqueles que são o principal troféu do Sport: seus aguerridos torcedores. A Arena é consequência natural desse processo de modernização.

É preciso coragem para mudar. Deitar em berço esplêndido não é mais uma opção – esse é um princípio que vale para qualquer setor da atividade humana. Quem para de pedalar, cai da bicicleta. Na atividade esportiva não é diferente. Se o Sport ambiciona manter e até ampliar a sua hegemonia no futebol, o clube precisa reforçar seu espírito empreendedor e inovador, não temendo eventuais dificuldades que possam surgir.

Também é óbvio que qualquer projeto para a construção dessa Arena da Ilha deve estar coberto de todas as garantias, respaldado por todas cautelas necessárias. As exigências necessitam ser bem detalhadas, de forma a proteger aquele que é o maior patrimônio de um time do Norte e Nordeste do Brasil – e um dos maiores do País. O fato é que a Ilha do jeito que está não é autossustentável. E isso vale também para os estádios do Santa Cruz e do Náutico.

Sou favorável à implantação da Arena da Ilha, pois acredito que essa é a única forma de assegurar que o Sport continue um gigante que pelas próximas décadas, quiçá pelos próximos séculos. Além disso, existe a determinação da CBF de que, após a Copa do Mundo de 2014, todas as partidas da Série A do Campeonato Brasileiro sejam disputadas em arenas.
O processo de discussão deve ser construído da forma mais democrática e transparente possível. Não poderia ser diferente. Porém, o debate não pode servir a interesses menores, servir de pretexto para impedir a construção da arena. O Sport conta com profissionais das mais variadas áreas, engenheiros, advogados, empresários, jornalistas, enfim um conjunto de rubro-negros com totais condições de construir o melhor projeto possível para a Arena da Ilha. Unanimidade é algo extremamente difícil de se conquistar, mas nem por isso devemos desistir de buscá-la.

» Jarbas Vasconcelos é senador por Pernambuco, sócio patrimonial e torcedor do Sport. Foi presidente do Conselho Deliberativo do clube na década de 1990.
Publicado no Jornal do Commercio em 16/03/2011

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