Paulista quase desistiu da bola

O cenário era a Copa Pernambuco de 2010. No Porto, já por cinco anos, Paulista relutava em participar do torneio. Tinha problemas pessoais que colocavam o futebol em segundo plano. Até ser convencido a disputar o campeonato aberto da FPF, na tentativa de resgatar o amor ao esporte. Fez seis gols, tornou-se o artilheiro da Copa e ganhou fôlego novo. Este ano, no Pernambucano Coca-Cola, mostrou que pode ir além. Com os quatro tentos marcados no Central, no domingo, tomou a ponta da artilharia do Estadual com nove gols, podendo repetir o feito de Lêniton, do Porto, e Kélson, do Itacuruba, únicos do interior a liderar a lista final de goleadores de um Pernambucano.

Antes de mais nada, Fábio Francisco da Trindade, de 22 anos, tem sotaque típico pernambucano. Ganhou o apelido de Paulista por ser natural da cidade homônima da Região Metropolitana do Recife. Agora, morando em Caruaru, quer ganhar o mundo. “Meu contrato com o Porto encerra no fim do ano. Entrei na competição querendo arriscar tudo. Só assim poderia aparecer no futebol. O esforço, até agora, está valendo a pena”, contou.

Jovem para o futebol, Paulista é antigo na casa do Gavião. Em 1996, depois de passar pelo juvenil do Sport e pelo extinto Manchete, decidiu-se pelo Porto. “Era um clube para ganhar experiência, que oferece todas as condições para os novos jogadores. Então, achava que era o melhor que poderia acontecer na minha carreira”, lembrou. A ligação com o time caruaruense é tamanha, que lembra até a data da sua chegada ao clube. “Assinei no dia 22 de março de 2006, portanto, amanhã (hoje) faço seis anos de casa”, contou.

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